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A crônica esportiva brasileira possui um estilo comunicacional e uma história riquíssimas. Já são mais de 100 anos com grandes momentos esportivos, principalmente o futebol; esporte esse mais amado pelos brasileiros.

 

Mas a história do futebol não se trata apenas de clubes, campeonatos e campeões. O jornalismo esportivo também é destaque porque sem ele jamais existiria o futebol como temos atualmente.

 

E jornalistas esportivos são símbolos da própria história do esporte. Como Bruno Faria da Rádio Globo/CBN que sempre está ao lado do futebol. Atualmente, Bruno é setorista do São Paulo Futebol Clube como repórter de campo, mas também já cobriu Corinthians, Palmeiras e Santos (ou seja, os grandes de São Paulo são histórias pessoais na vida jornalística de Bruno Faria).

 

Com uma alegria e uma gentileza desigual, Bruno cedeu seu precioso tempo e apresentou com suas palavras muitas sinceridade, profissionalismo e inteligência a vida de um jornalista de futebol.

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Quem é Bruno Faria?

Eu sou uma pessoa genuinamente feliz, alguém que carrega entusiasmo no olhar e leveza na alma. Encontro alegria nas pequenas coisas do dia-a-dia, especialmente quando estou cercado pela minha família. Tenho um espírito brincalhão, que floresce com quem me sinto à vontade, e um amor sincero pelos amigos que caminham ao meu lado. Meu ritmo é intenso: sou naturalmente agitado, movido por energia e curiosidade. Vivo em constante busca por evolução, quero ser, a cada dia, uma versão mais consciente, mais humana e mais inteira de mim mesmo.

 

Como é o trabalho de repórter esportivo?

O meu trabalho exige foco constante na rotina do clube que cubro como setorista, atualmente, o São Paulo Futebol Clube, após já ter passado pelos outros três grandes de São Paulo: Corinthians, Palmeiras e Santos. A cobertura diária, embora intensa, tem uma dinâmica mais direta e objetiva. Já a preparação para as transmissões demanda um aprofundamento maior: cada jogo carrega uma história única, repleta de números, dados, curiosidades e contextos que precisam estar alinhados com o momento daquela partida. Os dias são marcados por estudos minuciosos, apuração de informações e análises cuidadosas.

 

Você se considera um jornalista esportivo ou um jornalista de futebol?

Considero-me, acima de tudo, um jornalista esportivo apaixonado. Carrego comigo a vivência de quase uma década dedicada ao judô, uma arte marcial japonesa que foi fundamental na formação da minha disciplina, foco e respeito, valores que hoje levo para a vida e para o ofício. Embora o futebol esteja presente na maior parte do meu cotidiano, meu olhar vai além das quatro linhas. O universo esportivo é vasto e fascinante, e modalidades como tênis, Fórmula 1, vôlei, basquete, entre tantas outras, marcaram momentos inesquecíveis da minha trajetória, tanto como espectador quanto como profissional.

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Bruno Faria com no campo de trabalho e ostentando sua riquíssima
e espetacular história no jornalismo esportivo
!

Já são 10 anos de Globo. Como foi essa década para você?

É difícil mensurar o quanto evoluí profissionalmente ao longo dos últimos anos. Quando decidi me mudar para a capital paulista, meu objetivo era claro: me dedicar ao jornalismo diário e, com esforço e consistência, conquistar uma oportunidade no jornalismo esportivo, meu verdadeiro sonho. No início, minha maior meta era mostrar meu valor. E, com o tempo, cada conquista pessoal foi se transformando em combustível para continuar perseguindo esse propósito. A virada aconteceu de forma quase simbólica: exatamente no mesmo mês em que eu completava três anos de casa, em setembro de 2018, comecei minha trajetória no jornalismo esportivo. Desde então, foram muitos dias sem dormir direito, noites de ansiedade e uma dedicação que ia além do esperado. Se for possível dar mais do que 100%, foi isso que eu fiz; muitas vezes, inclusive, trabalhando durante as minhas folgas, apenas para estar sempre pronto para a próxima oportunidade. Hoje, com mais experiência e equilíbrio, consegui construir uma rotina mais saudável, que respeita meus próprios limites.

 

Há muitas histórias de bastidores no jornalismo esportivo. Coisas boas, coisas ruins. Há uma clima humano e, ao mesmo tempo, desumano neste tipo de jornalismo? Os jornalistas costumam não divulgar muitos problemas graves na área ou mesmo com jogadores?

Sim, eu já passei por situações bastante delicadas. Em alguns momentos, fui alvo de cusparadas e até de copos arremessados com urina. O torcedor é movido pela paixão, muitas vezes levada ao extremo, e dificilmente esse cenário vai mudar por completo. Por outro lado, também vivi momentos que me deixaram completamente entusiasmado. Já atendi torcedores que, mesmo dentro do estádio, acompanhavam a partida pelo rádio. Alguns pedem fotos, outros mandam recados de carinho e respeito, e muitos fazem questão de parabenizar a equipe pelo trabalho. Costumo não expor as situações boas e ruins, porque, para mim, o estádio é antes de tudo o meu local de trabalho. E, como em qualquer profissão, há momentos difíceis que preferimos manter em silêncio. Quando não há repercussão maior, as únicas pessoas que costumo compartilhar esse tipo de vivência são meus familiares.

 

O que te fez escolher o jornalismo e o futebol?

O responsável por despertar em mim essa paixão pelo futebol foi o meu avô. Ele sempre gostou das transmissões pelo rádio e TV. Para ele, pouco importava qual time estava em campo, o que valia era o jogo. E eu, ainda muito novo, acabava assistindo/ouvindo ao lado dele. Com o tempo, a paixão dele se tornou a minha. O time pelo qual ele torce também acabou se tornando o meu. Essa ligação com meu avô não só me apresentou ao futebol, como também deu início ao sonho de estar nas coberturas profissionais na minha vida.

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Você já trabalhou com rádio AM e FM em Botucatu-SP, correto? Como foram esses anos no rádio no interior de SP?

As minhas experiências no interior foram a base perfeita para que eu chegasse à capital paulista com conhecimento, maturidade e, principalmente, bagagem prática. Os anos nas rádios AM foram fundamentais para desenvolver o improviso. Já a rádio FM, na minha cidade natal, foi quem me deu a primeira oportunidade de entrar de vez no jornalismo esportivo. Claro, era um cenário muito diferente do que vivo atualmente: ali, eu escrevia pequenas notas, lia boletins ao vivo e participava de um programa de debates aos finais de semana.

Você ouve muito Rock? Quais suas bandas preferidas?

Ouço só quando estou na academia treinando. Scorpions, Avenged Sevenfold, Breaking Benjamin, System Of A Down e Limp Bizkit, mas confesso que precisei pesquisar no meu streaming para lembrar os nomes... rs...

 

Você se formou em jornalismo há mais de uma década. Atualmente, ainda existem muitas pessoas da área que acreditam não ser necessário ter a graduação para ser jornalista. Qual sua opinião sobre?

As redes sociais, sem dúvida, democratizaram o acesso à informação e deram voz a muitas pessoas. Mas, por outro lado, também têm provocado um movimento preocupante: profissionais sérios, bem formados e experientes estão perdendo espaço nas grandes empresas para conteúdos caseiros, muitas vezes rasos ou baseados em análises infundadas. Eu não sou contra a liberdade de expressão, muito pelo contrário. Acredito que todos têm o direito de se posicionar e criar conteúdo. O problema está quando essa produção, muitas vezes descompromissada com apuração, ética e responsabilidade, começa a ocupar o espaço que deveria ser reservado ao jornalismo profissional. Por isso, sigo acreditando no valor da formação.

 

Como você faz para ter uma imparcialidade no jornalismo esportivo. Você, claro, possui um time de coração. Houve alguma vez na qual sua torcida pelo clube do coração quase atrapalhou seu trabalho?

Eu tenho como uma das minhas principais premissas reconhecer que estou hoje como repórter esportivo porque a Rádio Globo/CBN acreditou no meu trabalho. Não foi o meu time de coração que me levou a cobrir grandes decisões ou a conviver com profissionais que sempre admirei. É claro que, como quase todo profissional da área, eu também tenho um time de coração. Esse amor não pode, em hipótese alguma, ser maior do que a minha responsabilidade como comunicador. Continuo torcendo, como qualquer apaixonado por futebol, mas o que mais me fascina é justamente poder levar ao público os detalhes e bastidores de um jogo, principalmente para quem não está acompanhando ao vivo. Nesses sete anos de jornalismo esportivo, nunca tive qualquer problema relacionado ao meu clube de coração. Inclusive, confesso que prefiro nem revelar meu time... rs...

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