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Reza a lenda que ter uma banda preferida de Rock é uma obrigação. Desde minha adolescência vejo, ouço e leio constantemente muitas pessoas, músicos e críticos refletirem sobre suas bandas preferidas, canções e álbuns preferidos, até mesmo estilos musicais dentro da estética do Rock também considerados “preferidos”.
Mas sempre repenso sobre isso... Principalmente nos últimos 10, 15 anos! Você tem uma banda preferida? Eu não tenho. E lamento por isso.
Quando iniciei minha vida no Rock lá pelos 12, 13 anos de idade, uma variedade de bandas novas e clássicas serviam como um grandioso e eterno menu. Lendo revistas, livros e jornais (colunas e matérias!) especializadas, uma hora ou outra apareciam linhas e letras sobre os “preferidos”.
Preconizei um desenvolvimento pessoal pelo Heavy Metal e fui adentrando a história do Rock com bandas preferidas em fases da minha vida como Ozzy solo, Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, depois Burzum... Depois Beatles... Depois Uriah Heep... Mas o tempo mudou tudo isso.
No final de 1994, a morte de Tom Jobim (você leu certo: Tom Jobim!), me fez rever muitas coisas; uma delas: não existe apenas o Metal como estilo musical. Assim, fui revendo conceitos, crescendo culturalmente e aprendi a apreciar a MPB e, logo, muitos outros estilos musicais, suas variações e muitas coisas relacionadas ao Rock que, na prática, não existiam em revistas como nas queridas Top Rock e Bizz.
Já tive meus momentos com bandas preferidas, mas hoje não tenho mais. Não consigo determinar uma banda, um momento de uma banda, um álbum ou mesmo uma canção que seja o número 1 para mim. Tudo, de uma forma geral, possui relevâncias culturais, estéticas e características que me trazem um apreço; principalmente, se for Rock.
Até mesmo Beatles, que fui apreciar e me aprofundar depois de “velho”, não me trouxe nenhum “momento único”, digamos assim...
E qual seria o momento desta coluna? Simples: há muitas pessoas denegrindo bandas ruins, bandas medianas e (pasmem!), bandas clássicas e históricas! Não posso criticar quem gosta ou não de uma banda ou outra; lembrando Immanuel Kant que determinava o gosto como uma forma de julgamento, embora pareça pessoal, é na prática uma validade universal diante de tudo e de todos...
É estranho as pessoas não entenderem a importância de bandas como Legião Urbana, por exemplo; há relatos em redes sociais na qual citam Renato Russo e suas letras como “pequenas, irritantes e pobres”!
Acredito fielmente que a falta de aptidão diante do conhecimento e da pesquisa faça as pessoas, definitivamente, “achar algo bom ou ruim, maravilhoso ou horrível” por mero ato de “comentar”... Seria a famosa “vida líquida” na prática?
Eu não tenho, mais, uma banda ou bandas preferidas; você tem?

