CONTATO: enciclopediadorock@protonmail.com

Uma das características da crônica esportiva brasileira é o machismo. Muitos comentaristas/especialistas de futebol, por exemplo, sempre marcaram a comunicação no Brasil com discursos de ódio, arrogância, limites culturais e, claro, com uma imagem totalmente masculina.
Mas o tudo mudou; e para melhor! Hoje, a crônica esportiva ainda mantém resquícios de outrora, mas também espaço para novos comentaristas, com menos ignorância e uma comunicação mais saudável, aberta e contagiante. E, claro, dando lugar às mulheres!
E um exemplo é a talentosa apresentadora Mirelle Moschella que já ostenta uma riquíssima história na TV brasileira. Com passagens brilhantes pela TV Cultura, ESPN, Rede TV e Sportv/Globo (e hoje brilhando na tela da Band), Mirelle cedeu seu precioso tempo com uma simpatia, elegância e inteligência incomum para uma entrevista inesquecível.
Quem é Mirelle Moschella?
A Mirelle Moschella é uma menina espuleta. É uma mulher ligada no 220, com muita energia. Uma menina que é muito sonhadora, muito ambiciosa também. Me sinto muito privilegiada pelo que eu faço, eu amo o que eu faço e eu ganho dinheiro fazendo isso. O que eu quero dizer é que eu escolhi uma profissão que eu realmente me sinto muito bem fazendo. Eu faria de graça o que eu faço hoje e graças a Deus se tornou a minha profissão. Então, é uma menina, uma eterna menina, porque quem me conhece geralmente diz que eu só sou sorrisos. Eu sou uma pessoa sempre de bem com a vida, de alto astral, energia boa, positiva vibração e dificilmente você vai me ver mal humorada.
Sendo apresentadora na Band, você se destaca como um símbolo da TV brasileira. Qual a sensação de estar nesta posição?
Não me considero uma pessoa famosa, mas me considero uma pessoa pública por estar na TV todos os dias; hoje na tela da Band. Acredito que hoje eu tô vivendo o meu melhor momento na televisão, fazendo um programa diário, com bloco de esportes, com jornalistas que eu tenho grande admiração e uma grande referência, como, por exemplo, a Cíntia Martins que é um grande presente na minha vida, uma amiga que eu aprendo a cada dia, uma excelente jornalista competente, profissional e um grande exemplo assim para eu seguir e não me considero um símbolo da TV brasileira. E também não sinto estar numa posição; a posição que eu estou não significa nada para mim hoje. Eu digo sim, é um trabalho que eu fui plantando e estou colhendo hoje, mas o amanhã eu não sei, eu vivo hoje eu vivo o presente.
Mirelle, você já passou por algum preconceito por ser mulher na área da comunicação esportiva, principalmente futebol?
Olha, eu trabalhei com futebol logo quando eu entrei na TV fazendo o Jogo Aberto, o programa Esporte Total, que era ainda com o Roberto Avalone, que me chamava carinhosamente de Elizabeth Taylor. E eu acredito que naquela época existia um certo preconceito. Claro, a gente melhorou muito. A gente ainda tem o preconceito com mulher que fala de futebol, mas antigamente era muito pior. Então, de repente, numa rodinha ali... Na redação, você comenta que, nossa gente, isso é impedimento. E aí os homens ficam quietos, não falam nada. Aí vem uma outra pessoa, homem, e fala, gente, foi impedimento. Claro que foi! Ou seja, você já tinha dito que tinha sido impedimento, mas ninguém te ouviu. Então, ali pra mim já era uma sementinha, claro, de um grande preconceito por mulher estar falando de futebol. É claro que as coisas melhoraram muito de lá pra cá. Nós temos agora grandes referências no mundo do futebol, como a Renata Fan, que é uma grande parceira, uma grande amiga. Trabalhei com ela, eu era estagiária do programa dela. E não só ela, Glenda Kozlovski, a gente tem também a Milena Cidbelli. Tem, poxa, nossa, tanta menina boa agora na GETV, né. Luana Maluf, Alexa Vier, a Mari Spinelli, as Gibradoras. Então, eu fico muito feliz que essa mulherada veio com tudo e vem falando de futebol com muita maturidade, com muito profissionalismo, entendendo sim do assunto e sendo uma apaixonada pelo futebol. Então, fico muito feliz que eu faço parte também de todo esse time e fui vendo também essa transformação.
Band, Globo, ESPN... Ninguém melhor do que você para dizer como é a TV brasileira atual. Como está este ramo da comunicação? Ainda está muito concorrido?
Já passei por muitas televisões, por muitas emissoras. Amei todas elas, principalmente ali quando eu cobri a Olimpíada em 2016 no Rio de Janeiro pelo Sport TV na Globo. Foi um grande aprendizado na TV Cultura também, no Terra. Eu acho que cada lugar que eu passei, eu pude me desenvolver e aprender alguma coisa. Na Rede TV também, que foi minha primeira oportunidade na televisão. O ramo da comunicação para mim sempre está crescendo. Está numa crescente. Eu acho que a televisão nunca vai acabar mesmo com a chegada da internet, uma depende da outra e está muito concorrido. Como sempre foi e como sempre será. Mas se você ama e se você tem talento para isso, com certeza vai se dar bem no mercado. Acredite que vai dar tudo certo!
Atualmente, o jornalismo passa por mudanças que refletem em redações e empresas comunicacionais de forma drástica; como, por exemplo, a falta de empregos na área. Qual sua opinião sobre?
Eu acho que não só o jornalismo tem passado por essas mudanças, né? Eu acho que em todo departamento, em toda profissão, existem mudanças e você precisa se adaptar a elas. Na redação estão dando mais prioridade para o digital. Então, vamos aprender a lidar com o digital. Agora estão falando de inteligência artificial. Então, vamos fazer curso de inteligência artificial. A gente precisa se aperfeiçoar, a gente precisa estudar. A gente não pode ficar para trás. Em minha opinião, o que acontece é que as pessoas acabam ficando no tempo, querem ficar na zona de conforto e aí, ficando na zona de conforto, realmente quem está aprendendo quem está estudando vai passar por cima de você. E eu gosto de sempre estudar eu estou sempre evoluindo estou sempre inovando.
Você ouve muito Rock? Quais suas bandas preferidas?
Eu adoro Rock nacional, eu adoro Rock gringo, o Roman me apresentou uma banda que se chama Turnstyle e eu amo treinar escutando Turnstyle, amo de paixão. Adoro escutar Michael Jackson também, adoro as bandas nacionais, tem Lagoon que eu sou apaixonada, tem Jovem Dionísio que eu gosto muito também. O que mais que eu escuto? Adoro Lenny Kravitz, adoro Ben Harper, Donovan, Jack Johnson. O que mais? Agora pensando, eu acho que eu gosto desse tipo de som, um pouco calmo. Ah, e minha musa master, que eu amo de paixão: Shakira. Minhas duas musas, vai. Eu amo Shakira e amo Dua Lipa também...
Sempre se houve um discurso na qual não precisa ter o diploma de jornalismo para ser jornalista ou mesmo trabalhar com comunicação. Você é formada em Jornalismo e Rádio E TV, correto? Logo, é necessária essa formação apenas por obrigação ou não?
Sobre o diploma, eu sou formada, eu tenho o diploma de Rádio e TV, fiz Jornalismo também. E olha, eu vou abrir meu coração aqui pra você. Hoje, estando na área, eu acredito que, para mim, se a pessoa tem um talento nato, se ela é muito comunicativa, se ela escreve bem, se ela é uma boa comunicadora, se ela consegue passar o que ela tá sentindo, o que ela tá vivenciando, onde, como e porque naquele momento com muita precisão, com muita credibilidade. Eu acho que ela não precisa de diploma. É diferente de um médico, que é da área da saúde. Eu acho que na área de comunicação, se eu fosse uma dona de uma emissora, chefe de uma emissora e eu fosse apaixonada por um profissional ou por uma profissional e ela não tivesse diploma, para mim não teria problema.





