top of page
INSTA LOGO vazado.png
JULIANA SANGION post.jpg

Uma das preciosidades de se interessar por comunicação é entender que tal área possui muitos caminhos, nuances e entendimentos. Contudo, pensando de forma científica, deixar de lado a teoria e a formação acadêmica é atentar contra a própria comunicação e, claro, contra o jornalismo.

 

E dialogar com uma teórica da comunicação é enriquecedor! Jualiana Sangion tem 52 anos, natural de campina, tem três filhos e é graduada em jornalismo, com especialização em Comunicação Organizacional, além de doutora em Multimeios. E, claro, como professora da PUC-Campinas, Jualiana concedeu com uma gentileza enorme uma entrevista que ensina mais do que se possa imaginar.

 

Dialogando sobre comunicação, academia e sociabilidade, Jualiana Sangion determinar de forma simples como se deve imaginar a formação de jornalismo. Vamos aprender!

Quem é Juliana Sangion?

Sou formada em Jornalismo na graduação e ao longo de minha jornada profissional acabei atuando em várias frentes, mas predominantemente no audiovisual, na comunicação organizacional e na docência. Creio que transitar por esses universos diferentes possibilitou ampliar meu repertório em comunicação. Hoje sou docente da PUC-Campinas, documentarista e gestora de comunicação na UNICAMP.


Como é a professora Juliana Sangion?

Tento olhar os estudantes de maneira ampla, oferecendo não apenas uma formação e sim, por meio de conceitos e práticas, abrindo espaço para trocas reais, com muito diálogo. É bastante comum muitos alunos me esperarem quando a aula acaba para compartilharem desafios não apenas na carreira, mas na vida pessoal também. Isso é muito rico e acho que faz parte do papel dos professores.


Você já trabalhou como repórter pela TV Band e pela Folha de SP. Como foram esses anos neste cargo?

Eu iniciei minha carreira como jornalista em várias redações, de veículos diferentes, como impresso e emissoras de televisão, o que me proporcionou uma experiência muito rica no chamado Hard New; essa produção noticiosa que demanda um ritmo acelerado, muito faro jornalístico e apuração a todo o momento. Foram anos puxados, de plantões e mais plantões, mas que me deram uma visão do jornalismo “a partir da redação” e isso me foi muito útil posteriormente, quando migrei para a comunicação organizacional. Isso porque eu tinha o exato conhecimento da dinâmica das redações dos veículos, o que ajuda no trabalho de assessoria.

02.jpg
03.jpg

Juliana Sangion artísticamente contra o fascismo
e ostentando alegria na
Amazônia!

Pela UNICAMP, você trabalha como gestora comunicacional e como professora. Como é a comunicação na vida acadêmica?

A comunicação da ciência é um desafio, especialmente hoje em dia em que há um discurso muito forte contra a validade da produção do conhecimento acadêmico e científico. Nosso desafio é encontrar caminhos para promover essa comunicação de maneira clara e criativa, sem perder os parâmetros mais formais, com vistas a atingir não apenas o público mais específico, mas o grande público, ou seja, a sociedade como um todo.


Sempre aparecem muitas pessoas da área da comunicação que relatam ser desnecessário a graduação de jornalismo. Qual sua opinião sobre?

A formação em jornalismo é fundamental. Para além de técnicas e práticas, há toda uma discussão da ética da profissão e reflexões sobre questões da profissão de jornalista em relação ao mundo histórico e contemporâneo, que necessita ser mediada por espaços como o das faculdades/universidades, e que aconteceria de modo muito diferente em outras esferas, como diretamente no mundo laboral ou digital. Além disso, passar por uma universidade é uma experiência riquíssima para o desenvolvimento da cidadania e da ampliação da visão de mundo de modo mais amplo.

Atualmente, o jornalismo passa por mudanças que refletem em redações e empresas comunicacionais de forma drástica; como, por exemplo, a falta de empregos na área. Como essa atual conjuntura é exposta na graduação?

Se por um lado presenciamos o sucateamento da profissão em função da crise pela qual passam vários veículos, vemos por outro, inúmeras oportunidades de atuação em áreas correlatas onde é fundamental a presença do profissional de jornalismo e de comunicação. É um campo vasto que se abre aos estudantes e que passam pelo setor audiovisual, digital e de assessoria, para citar alguns. Há novas demandas e que exigem novas habilidades. Sempre digo aos alunos que é importante estarem abertos às oportunidades que talvez não haviam pensado ou considerado anteriormente. Além disso, investir sempre em formação, sejam cursos livres ou uma formação mais acadêmica, é importante. 

04.jpg
JULIANA SANGION fala.jpg

Você ouve muito Rock? Quais suas bandas preferidas?

Ouço e gosto de Rock, desde as bandas mais tradicionais como Ramones até Raimundos, para citar apenas uma internacional e uma brasileira. Gosto de conhecer sons novos e me interesso por artistas de fora do eixo Rio-SP. Tem muito som legal das regiões norte e nordeste que gosto bastante, como o movimento Manguebeat do Recife e os tecnobregas do Pará, por exemplo. Adoro RAP nacional e também ouço muito samba.


Juliana, como o jornalismo cultural é apresentado, atualmente, em graduações?

Falando da PUC, faculdade onde leciona há 18 anos, já tivemos uma disciplina de jornalismo cultural, mas hoje não temos mais como matéria específica no currículo. O que temos é a inserção dessa editoria do jornalismo em várias disciplinas tanto como produção prática de conteúdos, como discussão teórica. Mas entendo que seria necessário ampliar a carga.

 

Hoje, há um discurso na qual instituições como a UNICAMP é um reduto de “vagabundos”, “maconheiros” e “desajustados”. Contudo, universidades como a própria UNICAMP, a UNESP e a USP possibilitam não apenas formações acadêmicas, como também pesquisas científicas que servem, na prática, para uma melhoria social e humana. Qual sua visão sobre esse assunto?

Num momento tão polarizado de nossa sociedade é importante trabalhar para que narrativas como essa, da universidade como reduto de “vagabundos”, sejam substituídas por um discurso que entenda a necessidade da universidade pública, citando, por exemplo, os atendimentos gratuitos à população, o impacto econômico das ideias inovadoras que surgem e são patenteadas aqui, as descobertas e estudos que melhoram diretamente a vida das pessoas nas mais diversas áreas; desde saúde, passando por transporte, trabalho até meio-ambiente. Enfim, é preciso fortalecer o debate sobre a importância do conhecimento científico, traduzindo numa linguagem simples e direta voltada ao grande público, mostrando que a ciência e a universidade estão sim presentes em nosso dia a dia.

INSTAGRAM DE JULIANA SANGION:

INSTA LOGO vazado.png

© 2025 ENCICLOPÉDIA DO ROCK

bottom of page